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As pesquisas nesse blog são de âmbito pessoal sem pretensão acadêmica. Fiquem a vontade e continue suas pesquisas. Somos do drama a comedia. Do lúdico ao real. Da informação ao humor. da responsabilidade a loucura. Somos o Teatro de Cozinha

segunda-feira, 23 de julho de 2012

CENTENÁRIO DE NELSON RODRIGUES




Esse ano é comemorado o centenário de Nelson Rodrigues ninguém mais ninguém menos que o maior e mais polêmico dramaturgo brasileiro. Estão acontecendo diversas homenagens desde uma exposição no Itaú Cultural até o dia 29 de Julho e a apresentações de peças, leitura de textos e debates no SESI-SP “Nelson Rodrigues 100 Anos” projeto que vai até Novembro.   Segue programação: http://www.sesisp.org.br/Cultura/nelson-rodrigues-100-anos/leituras-cenicas.html ou http://www.itaucultural.org.br/ocupacao/

Nascido em Recife, Pernambuco foi morar no Rio de Janeiro em 1916 trabalhou no jornal A Manhã que era do seu pai. Foi reporte policial durante um bom tempo e esse fato foi excepcional para criação de suas peças a respeito da sociedade.
A Mulher sem pecado foi sua primeira peça que fez Nelson ser reconhecido no cenário teatral, mas o sucesso veio mesmo quando escreveu Vestido de Noiva que trazia uma renovação para teatro brasileiro. Suas peças na maioria das vezes eram tachadas como obscenas e imorais mais esse estilo o consagrou na literatura teatral do seu tempo pela ousadia. Em 1962 começou a escrever crônicas esportivas demostrando assim sua paixão por futebol.
Nelson Rodrigues tinha como inspiração para escrever o dia a dia, primeiro os casos policiais que cobria no jornal depois o cotidiano a moral vigente do Rio de janeiro da época. Era o quinto filho de quatorze irmãos seu pai era ex- deputado federal e jornalista foram para Rio de Janeiro por causa da perseguição politica.
Nelson desde criança gostava ler principalmente livros românticos nessa época descobre também uma nova paixão o futebol paixão que ele levaria para resto vida e ajudaria a marca o estilo literário.
O dramaturgo teve também sua fase ruim na adolescia seu pai após perde sua parte no jornal A Manhã criou outro jornal chamado Critica que tinha como colaborador seus filhos, Nelson, Milton, Mário Filho e Roberto. O jornal duraria pouco tempo, pois em Dezembro de 1929 o jornal Critica trás noticia da separação do casal Sylvia Serafim e João Thibau Jr ilustrado por Roberto, logo em seguida Sylvia invade a redação e atira em Roberto matando-o.
Essa tragédia reflete muito na família que logo em seguida ver o senhor Mario Rodrigues pai de Nelson morrer de depressão pela perca do filho.
O jornal fechou suas portas e a família Rodrigues cai em decadência financeira passando fome e dificuldades demorando anos para se recuperar.
Nelson Rodrigues começa trabalhar em O globo sem salário só em 1932 é que ele seria efetivado como reporte no jornal. Logo depois descobre que tem tuberculose sai do Rio de janeiro para se tratar e passa uma temporada no sanatório da cidade de Campos do Jordão seu tratamento é pago por Roberto Marinho.

“O teatrólogo Nelson Rodrigues seria o criador de uma sintaxe toda particular e inédita nos palcos brasileiros. Suas personagens trouxeram para a ribalta expressões tipicamente cariocas e gírias da época, como “batata”! e “você é cacete, mesmo”!". Vestido de noiva é considerada até hoje como o marco inicial do moderno teatro brasileiro.”

Em 1950 já não faz mais parte do jornal O Globo começa trabalhar no jornal A Ultima Hora começa a escrever as crônicas A vida como ela é o seu maior sucesso jornalístico. No ano seguinte trabalha na recém-fundada Rede Globo na bancada da Grande Resenha esportiva Facit a primeira mesa redonda sobre futebol da televisão brasileira.
Nelson Rodrigues veio a falecer em 1980, no Rio de Janeiro aos 68 anos de complicações cardíacas e respiratórias, foi enterrado no Cemitério São João Batista, em Botafogo.

Características da obra

“O teatro entrou na vida de Nelson Rodrigues por acaso. Uma vez que se encontrava em dificuldades financeiras, achou no teatro uma possibilidade de sair da situação difícil em que estava. Assim, escreveu "A mulher sem pecado…", sua primeira peça. Segundo algumas fontes, Nelson tinha o romance como gênero literário predileto, e suas peças seguiram essa predileção, pois as mesmas são como romances em forma de texto teatral. Nelson é um originalíssimo realista. Não é à toa que foi considerado um novo Eça. De fato, a prosa de Nelson era realista e, tal como os realistas do século XIX, ele criticou a sociedade e suas instituições, sobretudo o casamento. Sendo esteticamente realista em pleno Modernismo, Nelson não deixou de inovar tal como fizeram os modernos. O autor transpôs a tragédia grega para o sociedade carioca do início do século XX, e dessa transposição surgiu a "tragédia carioca", com as mesmas regras daquela, mas com um tom contemporâneo. O erotismo está muito presente na obra de Nelson Rodrigues, o que lhe garante o título de realista. Nelson não hesitou em denunciar a sordidez da sociedade tal como o fez Eça de Queirós em suas obras. Esse erotismo realista de Nelson teve sua gênese em obras do século XIX, como "O Primo Basílio", e se desenvolveu grandemente na obra do autor pernambucano. Em síntese, Nelson foi um grande escritor, dramaturgo e cronista, e está imortalizado na literatura brasileira”.

Frases Rodrigueanas.
 “O brasileiro é um feriado”.
“O Brasil é um elefante geográfico. Falta-lhe, porém, um rajá, isto é, um líder que o monte”.
“Sou a maior velhice da América Latina. Já me confessei uma múmia, com todos os achaques das múmias”.
“Toda oração é linda. Duas mãos postas são sempre tocantes, ainda que rezem pelo vampiro de Dusseldorf”.
“O grande acontecimento do século foi à ascensão espantosa e fulminante do idiota”
“Na vida, o importante é fracassar”.
“A Europa é uma burrice aparelhada de museus”.
“Hoje, a reportagem de polícia está mais árida do que uma paisagem lunar. O repórter mente pouco, mente cada vez menos”.
“Daqui a duzentos anos, os historiadores vão chamar este final de século de ”a mais cínica das épocas”. O cinismo escorre por toda parte, como a água das paredes infiltradas”.
“Sexo é para operário”.
“O socialismo ficará como um pesadelo humorístico da História”.
“A pior forma de solidão é a companhia de um paulista”.
“Subdesenvolvimento não se improvisa. É obra de séculos”.
“As grandes convivências estão a um milímetro do tédio”.
“Todo tímido é candidato a um crime sexual”.
“Todas as vaias são boas, inclusive as más”.
“O presidente que deixa o poder passa a ser, automaticamente, um chato”.
“Não gosto de minha voz. Eu a tenho sob protesto. Há, entre mim e minha voz, uma incompatibilidade irreversível”.
“Sou um suburbano. Acho que a vida é mais profunda depois da Praça Saenz Peña. O único lugar onde ainda há o suicídio por amor, onde ainda se morre e se mata por amor, é na Zona Norte”.
“O adulto não existe. O homem é um menino perene”.
"Não vou para o inferno, mas não tenho asas”.
"O óbvio também é filho de Deus."
“O dinheiro compra até amor sincero”.

Teatro
Peças psicológicas
A mulher sem pecado
Vestido de noiva
Valsa nº 6
Viúva, porém honesta.
Anti-Nélson Rodrigues
Peças míticas
Álbum de família
Anjo negro
Senhora dos Afogados
Doroteia
Tragédias Cariocas I
A falecida
Perdoa-me por me traíres
Os Sete Gatinhos
Boca de ouro
Tragédias Cariocas II
O beijo no asfalto
Bonitinha, mas ordinária ou Otto Lara Rezende.
Toda Nudez Será Castigada
A serpente


Fonte:  http://pt.wikipedia.org/wiki/Nelson_Rodrigues

sexta-feira, 13 de julho de 2012

✍ *PESQUISANDOporAI* ✍ GÊNESE DA PERSONAGEM


É a pesquisa feita para que o ator tenha conhecimento do passado de sua personagem, sua infância, perfil psicológico. É um dos trabalhos iniciais para construção da personagem criando e resumindo sua vida em papel desde que nasceu até o instante que ela entra em cena.
A gênese da personagem influencia bastante na interpretação do ator por que é baseado no passado, experiências, gostos característica que remete ao caráter, andar, voz, pensamento  da personagem. Dominando toda história e característica da personagem outras técnicas vão ficando de forma mais verdadeiras.
Esse “passado” da personagem deve ser criado de forma lógica seguindo a realidade do texto a parti de sementes e sensações que você tira do texto o ator usa a imaginação para criar a gênese da personagem.

Ex: O texto lhe dá a informações que seu personagem tem 30 anos é uma mulher, durante um tempo foi garota de programa e possui grande magoa do pai.

Com essas poucas informações o ator tem que fazer perguntas e dar resposta sobre o passado.
O que fez até os 30 anos (Que é a idade que inicia a peça), o que a levou a ser prostituta? O porquê dá raiva do pai? E assim por diante.

Fazendo essas perguntas e dando as respostas criamos a personagem de forma concreta e para isso é necessário o estudo e compreensão de todo texto. O ator conseguindo criar, imaginar sua personagem ele começa a desenvolver individualmente sua relação com os outros personagens.


Pesquisa baseada em leituras de material de oficinas e internet